olhar humano: Avaliação funcional ....:Como avaliar o aluno com deficiência? Mara Lúcia Sartoretto A avaliação sempre foi uma pedra no sapato do trabalho docente do professor...."
sexta-feira, 13 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
Como se dá a aprendizagem de surdoscegos....
Analisando documentário:"As Borboletasde zagosky"
A resposta é a letra “c”.Zona de Desenvolvimento Proximal. Porque, a personagem surda e cega, conseguiu com a colaboração e orientação do esposo, resolver certo conjunto de problemas tornando independente. A distancia que medeia entre um nível de desenvolvimento da pessoa, determinado pela sua capacidade atual de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas sob a orientação de adultos em colaboração com os pares mais capazes. Tecnologia assistiva É uma ampla gama de equipamentos, serviços. Estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiência, bem como os serviços transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudióloga, educação, psicóloga, engenharia etc. A tecnologia assistiva visa melhorar funcionalidade de pessoas com deficiência. A E.E.Arthur Berganholi,onde atuo,teve que se organizar fazendo uso da tecnologia assistiva (rampas, adequação de 2 banheiros para assistir os alunos com (NEES) computador do positivo, bem como temos um grupo de voluntários, nossos parceiros, como o CRÁS”, a “APAE”, psicólogos e fonoaudiólogo, que faz a triagem nos alunos aos sábados e domingos, quando necessário (rede de apoio). Deficiência Auditiva ou Surdez: A aprendizagem tardia de uma língua, como é o caso de muitos surdos, na realidade, poucas crianças surdas têm oportunidade de convívio com a cultura surda desde a mais tenra idade. Segundo Fernandes (2000), a dificuldade ao acesso a LIBRAS de forma natural e constante por aqueles que só convivem que aprendem a LIBRAS na adolescência como foi o caso da aluna surda de 13anos, a qual freqüenta a sala de recursos. Essa aluna enfrenta sérios problemas numa escola regular, onde nenhum professor faz o uso da língua de Sinais. A maioria dos professores não conhece o povo surdo, ficando com receio e apreensão, sem saber relacionar-se. Para melhorar sua comunicação foi introduzido o alfabeto, relacionando-se as letras a palavras do universo, exemplo: nomes, objetos da sala de aula, brinquedos, frutas, desenhos. A leitura se dá de forma simultânea, através de dicas visuais, aprendizagens motoras, verbais, comunicação gestual, modelos e figuras. “Como no filme “As borboletas de Zagorsk”, há uma necessidade, em realizar o contato físico, com essa aluna para auxiliá-la na compreensão de uma tarefa. A leitura se processa de forma simultânea, as palavras vão sendo memorizadas devido à ausência de imagens acústicas que lhes dão significados. Sabemos que o mecanismo da alfabetização das pessoas surdas, independe do processo de ensino da estrutura da língua, É repassada a instrução através de dicas no modelo e na figura,Há uma aceitação boa por aqueles que convivem com ela na escola onde há o atendimento especializado, no turno inverso ao de sua escolaridade. Sua integração é um processo dinâmico possibilitando –a interagir,conviver e comunicar-se com outras pessoas.Essa integração pressupõe atitudes de cooperação e reciprocidade..Relaciona-se melhor com o mundo através de suas interações com os outros,apresenta melhor entendimento com as pessoas que trabalham com ela na sala de recursos.É muito prestativa,e autêntica,identifica-se com os trabalhos de artes plásticas e cênicas.Participa sempre de trabalhos em grupos ou com pequenas equipe.Um dos nossos desafios é explicar e superar muitas das dificuldades que essa aluna apresenta. A integração do aluno surdo é um desafio que deve ser enfrentado com coragem, determinação e segurança. A decisão de encaminhar um aluno para a classe de ensino regular deve ser fruto de um criterioso processo de avaliação. Finalmente, deve-se ter clareza que essa integração não passa exclusivamente pela sua colocação na turma com crianças ouvintes. A verdadeira integração implica em reciprocidade. A criança surda poderá iniciar seu processo de integração na família, na vizinhança, na comunidade, participando de atividades sócio-recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos "ouvintes" e dar continuidade a esse processo na escola especial ou regular, de acordo com suas necessidades especiais. Garantir ao aluno surdo um processo de escolarização de qualidade é fator fundamental para sua integração plena. Assumir a identidade surda é ainda um processo complexo para muitos surdos, pois isso significa assumir a própria condição de surdez e o compromisso de pertencer a um grupo minoritário e, infelizmente, ainda muito discriminado.
Estudo do caso
A (i) é uma adolescente com deficiência auditiva, tem17 anos de idade, freqüenta a E.E.F.R,cursando a 9ª ano do ensino fundamental.Iniciou seus estudos aos 6 anos na escola infantil Primeiros Passos,onde cursou o pré-escolar por duas vezes,cursou o 1º ano do CBA na E.E.A.B.,mudou-se para a E.E.A.D. onde cursou a fase IV.Repetiu o 2º ano do CBA(Ciclo Básico de Alfabetização por duas vezes.Apesar de ser uma aluna freqüente,apresenta defasagem escolar,sendo retida a cada série por dois anos consecutivos..Não foi esgotado com essa aluna os recursos pedagógicos os quais ela tem direito por ser uma deficiente auditiva.Somente em 2006 ,quando tinha 13anos, foi que a aluna foi submetida a triagem interdisciplinar fonoaudióloga e psicóloga e foi constatado que a aluna apresenta surdez profunda bilateralmente ,sem o uso de aparelho auditivo ,fica humanamente impossível de progredir nos estudos.Apesar das suas limitações,está alfabetizada,compreende frases escritas simples,não realiza cálculos.Não apresenta desenvolvimento escolar de acordo com a sua idade e escolaridade..É única filha de uma mãe solteira,segundo relato da mãe seu a abandonou grávida da (I).Ela apresenta habilidade de coordenação motora fina e grossa,sua letra elegível.Ajuda a avó nos afazeres domésticos .
No ano de 2008, ela chegou à sala de recursos multifuncionais, gesticulava bastante, pois tinha sua linguagem não padronizada. Apesar de suas limitações é uma menina atenta para as coisas ao seu redor, têm duas colegas de aula que auxilia ela nas provas A aluna está sempre com um sorriso no rosto, demonstrando gostar da escola regular, porém faz muitas queixas a professora da sala de recursos. Realiza leitura orofacial de palavras, se comunica predominantemente por gestos não padronizado com outras pessoas as quais não compreendem as noções de LIBRAS (LINGUA Brasileira de Sinais). Manuseia o mouse e computador com destreza, compreende ordens simples, ainda apresenta muita dificuldade na compreensão das palavras, pois a professora ouvinte, da sala de recursos tem apenas as noções básicas de LIBRAS. Na sala de recursos, ela comunica muito bem com as duas professoras. Resolve as atividades em libras,quando tem dúvidas e esquece o sinal ela escreve,para que a professora leia. Emite alguns sons, mostra feliz e relaciona muito bem com todos da sala de recursos, nos momentos que nos unimos para apresentações artísticas.
sala de recursos
![SALA DE RECURSOS-MULTIFUNCIONAL 2010](file:///C:/DOCUME%7E1/MICROS%7E1/CONFIG%7E1/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image001.gif)
“O CONHECIMENTO EXIGE UMA PRESENÇA CURIOSA DO SUJEITO EM FACE DO MUNDO. REQUER UMA AÇÃO TRANSFORMADORA SOBRE A REALIDADE. DEMANDA UMA BUSCA CONSTANTE. IMPLICA EM INVENÇÃO E REINVENÇÃO.” (PAULO FREIRE)
Estamos iniciando um ano novo ou um novo ano que nos atrai irrestivelmente para o futuro e nos faz alimentar sonho.
Quando sonhamos, sonhamos alto e grande, crendo num futuro melhor damos o primeiro passo na direção transformando idéias em projetos: problemas em caminhos, desejos em conquistas, crianças em cidadãos, sonhos em realizações....
Depende de cada um de nós... Neste grande desafio do mundo contemporâneo, as intervenções reais na construção do futuro já chegaram.
Sejam todos bem vindos a...
SALA DE RECURSOS
Aqui temos um ambiente seguro, sem stress e sem o medo. As regras, limites e procedimentos a serem seguidos são claramente definidos, ensinados e praticados.
Temos mais escolhas e opção a fim de provocar interesse e motivação permitindo a participação ativa e resposta interessada de todos que aqui chegarem.
Ensinamos estratégias de autocontrole (relaxamento, visualizações, respiração profunda, auto-monitoramento.). Há maior encorajamento e retorno positivo. Aumentam a cada dia as dicas e incentivos, especialmente os “TOQUES” VISUAIS E SINAIS NÃO VERBAIS.
Temos uma grande variedade de materiais e recursos pedagógicos que utilizamos para o trabalho na sala de recursos multifuncionais, destacam-se: jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento.
Os jogos e materiais pedagógicos alguns são confeccionados pelos professores e pelos alunos da sala de recursos e devem obedecem a critérios de tamanho, espessura, peso e cor, de acordo com a habilidade motora e sensorial do aluno. São muito úteis as sucatas, folhas coloridas, fotos e gravuras, (TNTs) de todas as cores, (E.V.A) Há roupas de apresentações,maquiagem, revistas para recortes, réguas, lápis de cor, botões, palitos de churrasco, palitos de picolés..e muitas coisinhas,que não desfazemos delas por nada.
“A educação tem caráter permanente, não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando.”
![SALA DE RECURSOS?](file:///C:/DOCUME%7E1/MICROS%7E1/CONFIG%7E1/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image008.gif)
ESPAÇO PARA ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO.
“0 Ministério da Educação implementa uma política de inclusão que pressupõe a reestruturação do sistema educacional, com o objetivo de tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta a permanência de todos os alunos, sem distinção social, cultural, étnica, de gênero ou em razão de deficiência e características pessoais.
0 documento Sala de Recursos Multifuncionais: espaço para o atendimento educacional especializado se destina aos gestores e educadores dos sistemas educacionais e visa subsidiar técnica e pedagogicamente a organização dos serviços de atendimento educacional especializado que favoreça a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas classes comuns do Ensino Regular.
Essas orientações têm por objetivo apoiar o processo de implantação de salas de recursos, onde sejam atendidas as necessidades educacionais especiais de cada aluno, transformando as atitudes que impedem o acesso às classes comuns do ensino regular e tornando as escolas mais acessíveis.
Os princípios para organização das salas de recursos multifuncionais partem da concepção de que a escolarização de todos os alunos, com ou sem necessidades educacionais especiais, realiza-se em classes comuns do Ensino Regular, quando se reconhece que cada criança aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o atendimento educacional especializado complementar e suplementar à escolarização pode ser desenvolvido em outro espaço escolar.
O ambiente de aprendizagem é o ensino regular, no qual se flexibiliza o processo pedagógico, para que todos possam ter acesso ao currículo, beneficiando-se da escolarização. Para avançar nesse processo, além de conhecimentos e informações, é importante a conscientização dos direitos dos alunos quanto as suas necessidades educacionais especiais para que sejam respeitadas e valorizadas as diferenças.
. A educação inclusiva, a partir do reconhecimento e valorização da diversidade como fator de enriquecimento do processo educacional, tem provocado mudanças na escola e na formação docente, propondo uma reestruturação da educação que beneficie todos os alunos. A organização de uma escola para todos prevê o acesso à escolarização e ao atendimento às necessidades educacionais especiais.
A educação inclusiva é uma abordagem que procura responder às necessidades de aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos, com foco específico nas pessoas ou grupo de pessoas que estão excluídas da efetivação do direito à educação e que estão fora da escola ou enfrentam barreiras para a participação nos processos de aprendizagem escolar.
Existem diversas formas de exclusão escolar, dentre elas, destaca-se aquela que diz respeito aos alunos com necessidades educacionais especiais, os quais, historicamente, têm sido excluídos do processo de escolarização. A escola, tradicionalmente, tem apresentado uma forte tendência homogeneizadora e seletiva com relação aos alunos que não se adaptam ao padrão estabelecido.
O conceito de inclusão reflete, também, uma nova abordagem na elaboração das políticas públicas que reforçam a concepção de transversalidade da educação especial nos programas educacionais, reforça ainda, as relações dessa modalidade de educação com as demais áreas, assegurando assim, a acessibilidade dos alunos e a oportunidade de satisfação de suas necessidades educacionais especiais nos sistemas de ensino.
“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.
OS ALUNOS...
“Diga-me, eu esquecerei, Mostre-me, eu me lembrarei, “Envolva-me e eu entenderei”.
![RELATÓRIOS E INTERVENÇÕES](file:///C:/DOCUME%7E1/MICROS%7E1/CONFIG%7E1/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image041.gif)
T. G
A comunicação ocorre através de gestos, expressões faciais, fala e escrita formal obedecendo às regras da comunidade lingüística na qual está inserida.
Diversas são as alterações que podem ser diagnosticadas durante o processo de aprendizagem e conseqüentemente, o processo educacional em geral, como desempenho e qualidade globais. A aluna apresenta: Déficits cognitivos, síndromes Neurológicas, déficit perceptivos, e emocionais. Dificuldades oro - motoras acompanham o atraso de linguagem necessitando de um maior enriquecimento ou ajustamento das sensações proprioceptivas, facilitando a fixação dos padrões fonológicos corretos.Freqüenta muito pouco a sala de recursos, devido a distancia onde mora e ao problemas cardíacos apresentado.
Diversas são as alterações que podem ser diagnosticadas durante o processo de aprendizagem e conseqüentemente, o processo educacional em geral, como desempenho e qualidade globais. A aluna apresenta: Déficits cognitivos, síndromes Neurológicas, déficit perceptivos, e emocionais. Dificuldades oro - motoras acompanham o atraso de linguagem necessitando de um maior enriquecimento ou ajustamento das sensações proprioceptivas, facilitando a fixação dos padrões fonológicos corretos.Freqüenta muito pouco a sala de recursos, devido a distancia onde mora e ao problemas cardíacos apresentado.
B. S
Gosta de um ambiente “seguro”,sem medo e sem stress,perde coisas com frequencia,apresenta tarefas incompletas,precisa de esclarecimentos e lembretes frequentes.faz uso de computador.Para que ela se desenvolva,é necessário estrátegias de ensino:Mostrar á criança o que eu quero que ela faça usando palavras simples e checando sempre para ver seela entendeu.Os elogios também fazem parte como estímulo para o crescimento e aprendizagem.Atividades trabalhadas..Jogo da velha,artes e pinturas,recortes,matématica tempo e esaço,tarefas e atividades curtas,uso da melodia e do ritmo,
Matematicando a vida(utilizando as noções simples de cálculos mental como ferramenta para resolver problemas,comunicação de quantidades utilizando:oralidade,notação numérica,registros não-convencionais e registros convencionais,identificação e registro convencional dos números de 0a 100).Ainda precisam da intervenção de um mediador,do atendimento individualizado,diferenciado através de atividades lúdicas para que possam sanar a defasagem na aprendizagem,que não foram superadas durante as aulas no ensino regular.
Scheila Coelho
Apresenta fluência média,na identificação das palavras,perde na leitura com frequencia,precisa ler oralmente,não consegue fazer silenciosamante,esquece o que lê.os jogos de associação de idéias fazem parte do cotidiano dela,devido ausência de sequencia lógica de pensamento,e vocabulário reduzido.
Musica,(participa de jogos e brincadeiras que envolvam a dança e a improvisação,jogos da memória.Foram trabalhados jogos diversificados.
Revela interesse nos assuntos referentes aos projetos desenvolvidos,participando ativamente,nas partes de dança,coreografias,Na hora de expressar suas ideias e pensamentos,faz confusão do assunto em questão,misturando assuntos. Desatenta - se resume em falta de atenção sustentada, distração. Geralmente, a aluna é dócil, fácil de lidar, porém com dificuldades de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, pois sua falta de atenção sustentada não permite que ela mostre seu potencial.
G.Luíz
A todo momento necessita de estímulo para que realize as atividades propostas. Os estudos que apontam para dificuldades motoras relacionadas à prematuridade indicam que falhas na coordenação motora fina, observada em grupos de crianças pré-termo, podem resultar em dificuldades no manejo de objetos que exijam uma maior destreza manual, comprometendo tanto a escrita e o desempenho acadêmico, quanto à execução das atividades de vida diária. Apresenta déficits visuais. - se resume em falta de atenção sustentada, distração. Geralmente, são crianças dóceis, fáceis de lidar, porém com dificuldades de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, pois sua falta de atenção sustentada não permite que elas mostrem seu potencial.
Não se pense, contudo, que a integração social de um deficiente visual decorre necessariamente de uma educação inclusiva. Muitas vezes é mais fácil à criança interagir com a sua Educadora do que com os seus colegas normo-visuais (Boldt, 1982). Em consequência disto, os conflitos entre crianças, parte tão importante da aprendizagem social, são muito reduzidos, surgindo atitudes quer de menosprezo, quer de superprotecção das crianças com visão, face ao seu colega deficiente. A integração social e a competência social não são o resultado automático de se viver com normo-visuais e é um processo demorado e complexo, envolvendo muitas aprendizagens.
Atividades trabalhadas:
M. D
Hoje ela conhece sílabas canõnicas e não canônicas,mas não aglutina.Escreve qualquer palavra,sílaba por sílaba com uma mediação.
capas do caderno dos meninos.
caderno das meninas...
Olha aí as várias capinhas???
Somos todos iguais no nosso ambiente.
trabalhando:jogo associação de idéia.
associando o :nome à palavra.
Assim é o nosso ambiente,nosso casulo.
Avaliação funcional ....
rComo avaliar o aluno com deficiência?
Mara Lúcia Sartoretto
A avaliação sempre foi uma pedra no sapato do trabalho
docente do professor. Quando falamos em avaliação de alunos
com deficiência, então, o problema torna-se mais complexo
ainda. Apesar disso, discutir a avaliação como um processo mais
amplo de reflexão sobre o fracasso escolar, dos mecanismos
que o constituem e das possibilidades de diminuir o violento
processo de exclusão causado por ela, torna-se fundamental
para possibilitarmos o acesso e a permanência com sucesso dos
alunos com deficiência na escola.
De início, importa deixar claro um ponto: alunos com deficiência
devem ser avaliados da mesma maneira que seus colegas.
Pensar a avaliação de alunos com deficiência de maneira
dissociada das concepções que temos acerca de aprendizagem,
do papel da escola na formação integral dos alunos e das
funções da avaliação como instrumento que permite o
replanejamento das atividades do professor, não leva a nenhum
resultado útil.
Nessa linha de raciocínio, para que o processo de avaliação do
resultado escolar dos alunos seja realmente útil e inclusivo, é
imprescindível a criação de uma nova cultura sobre
aprendizagem e avaliação, uma cultura que elimine:
- o vínculo a um resultado previamente determinado pelo
professor;
- o estabelecimento de parâmetros com os quais as respostas
dos alunos são sempre comparadas entre si, como
se o ato de aprender não fosse individual;
- o caráter de controle, adaptação e seleção que a avaliação
desempenha em qualquer nível;
- a lógica de exclusão, que se baseia na homogeneidade
inexistente;
- a eleição de um determinado ritmo como ideal para a
construção da aprendizagem de todos os alunos.
Numa escola onde a avaliação ainda se define pela presença
das características acima certamente não haverá lugar para a
aceitação da diversidade como inerente ao ser humano e da
aprendizagem como processo individual de construção do
conhecimento. Numa educação que parte do falso pressuposto
da homogeneidade não há espaço para o reconhecimento dos
saberes dos alunos, que muitas vezes não se enquadram na
lógica de classificação das respostas previamente definidas
como certas ou erradas.
O que estamos querendo dizer é que todas as questões
referentes à avaliação dizem respeito à avaliação de qualquer
aluno e não apenas das pessoas com deficiências. A única
diferença que há entre as pessoas ditas normais e as pessoas
com deficiências está nos recursos de acessibilidade que
devem ser colocados à disposição dos alunos com deficiências
para que possam aprender e expressar adequadamente suas
aprendizagens. Por recursos de acessibilidade podemos
entender desde as atividades com letra ampliada, digitalizadas
em Braille, os interpretes, até uma grande gama de recursos da
tecnologia assistiva hoje já disponíveis, enfim, tudo aquilo que é
necessário para suprir necessidades impostas pelas deficiências,
sejam elas auditivas, visuais, físicas ou mentais.
Neste contexto, a avaliação escolar de alunos deficientes ou
não, deve ser verdadeiramente inclusiva e ter a finalidade de
verificar continuamente os conhecimentos que cada aluno
possui, no seu tempo, por seus caminhos, com seus recursos e
que leva em conta uma ferramenta muito pouco explorada que
é a co-aprendizagem.
Nessa mudança de perspectiva, o primeiro passo talvez seja o
de nos convencermos de que a avaliação usada apenas para
medir o resultado .da aprendizagem e não como parte de um
compromisso com o desenvolvimento de uma prática
pedagógica comprometida com a inclusão,e com o respeito às
diferenças é de muito pouca utilidade, tanto para os alunos com
deficiências quanto para os alunos em geral. .
De qualquer modo, a avaliação como processo que contribui
para investigação constante da prática pedagógica do professor
que deve ser sempre modificada e aperfeiçoada a partir dos
resultados obtidos, não é tarefa simples de ser conseguida.
Entender a verdadeira finalidade da avaliação escolar só será
possível quando tivermos professores dispostos a aceitar novos
desafios, capazes de identificar nos erros pistas que os
instiguem a repensar seu planejamento e as atividades
desenvolvidas em sala de aula e que considerem seus alunos
como parceiros, principalmente aqueles que não se deixam
encaixar no modelo de escola que reduz o conhecimento à
capacidade de identificar respostas previamente definidas como
certas ou erradas.
Segundo a professora Maria Teresa Mantoan, a educação
inclusiva preconiza um ensino em que aprender não é um ato
linear, continuo, mas fruto de uma rede de relações que vai
sendo tecida pelos aprendizes, em ambientes escolares que não
discriminam, que não rotulam e que oferecem chances de
sucesso para todos, dentro dos interesses, habilidades e
possibilidades de cada um. Por isso, quando apenas avaliamos o
produto e desconsideramos o processo vivido pelos alunos para
chegar ao resultado final realizamos um corte totalmente
artificial no processo de aprendizagem.
Pensando assim temos que fazer uma opção pelo que queremos
avaliar: produção ou reprodução. Quando avaliamos reprodução,
com muita freqüência, utilizamos provas que geralmente
medem respostas memorizadas e comportamentos
automatizados. Ao contrario, quando optamos por avaliar aquilo
que o aluno é capaz de produzir, a observação, a atenção às
repostas que o aluno dá às atividades que estão sendo
trabalhadas, a analise das tarefas que ele é capaz de realizar
fazem parte das alternativas pedagógicas utilizadas para avaliar.
Vários instrumentos podem ser utilizados, com sucesso, para
avaliar os alunos, permitindo um acompanhamento do seu
percurso escolar e a evolução de suas competências e de seus
conhecimentos. Um dos recursos que poderá auxiliar o professor
a organizar a produção dos seus alunos e por isso avaliar com
eficiência é utilizar um portfólio.
A utilização do portfólio permite conhecer a produção individual
do alunos e analisar a eficiência das práticas pedagógicas do
professor. A partir da observação sistemática e diária daquilo
que os alunos são capazes de produzir, os professores passam a
fazer descobertas a respeito daquilo que os motiva a
aprenderem, como aprendem e como podem ser efetivamente
avaliados.
No caso do alunos com deficiências, os portfólios podem
facilitar a tomada de decisão sobre quais os recursos de
acessibilidade que deverão ser oferecidos e qual o grau de
sucesso que está sendo obtido com o seu uso. Eles permitem
que tomemos conhecimento não só das dificuldades, mas
também das habilidades dos alunos, para que, através dos
recursos necessários, estas habilidades sejam ampliadas.
Permitem, também, que os professores das classes comuns
possam contar com o auxílio do professor do atendimento
educacional especializado, no caso dos alunos que freqüentam
esta modalidade, no esclarecimento de dúvidas que possam
surgir a respeito da produção dos alunos.
Quando utilizamos adequadamente o portfólio no processo de
avaliação podemos:
- melhorar a dinâmica da sala de aula consultando o portfólio
dos alunos para elaborar as atividades:
- evitar testes padronizados;
- envolver a família no processo de avaliação;
- não utilizar a avaliação como um instrumento de
classificação;
- incorporar o sentido ético e inclusivo na avaliação;
- possibilitar que o erro possa ser visto como um processo de
construção de conhecimentos que dá pistas sobre o modo
cada aluno está organizando o seu pensamento;
Esta maneira de avaliar permite que o professor acompanhe o
processo de aprendizagem de seus alunos e descubra que cada
aluno tem o seu método próprio de construir conhecimentos, o
que torna absurdo um método de ensinar único e uma prova
como recurso para avaliar como se houvesse homogeneidade de
aprendizagem.
Nessa perspectiva, entendemos que é possível avaliar, de forma
adequada e útil, alunos com deficiências. Mas, se analisarmos
com atenção, tudo o que o que se diz da avaliação do aluno com
deficiência, na verdade serve para avaliar qualquer aluno,
porque a principal exigência da inclusão escolar é que a escola
seja de qualidade – para todos! E uma escola de qualidade é
aquela que sabe tirar partido das diferenças oportunizando aos
alunos a convivência com seus pares, o exemplo dos professores
que se traduz na qualidade do seu trabalho em sala de aula e no
clima de acolhimento vivenciado por toda a comunidade escolar
Mara Lúcia Sartoretto
A avaliação sempre foi uma pedra no sapato do trabalho
docente do professor. Quando falamos em avaliação de alunos
com deficiência, então, o problema torna-se mais complexo
ainda. Apesar disso, discutir a avaliação como um processo mais
amplo de reflexão sobre o fracasso escolar, dos mecanismos
que o constituem e das possibilidades de diminuir o violento
processo de exclusão causado por ela, torna-se fundamental
para possibilitarmos o acesso e a permanência com sucesso dos
alunos com deficiência na escola.
De início, importa deixar claro um ponto: alunos com deficiência
devem ser avaliados da mesma maneira que seus colegas.
Pensar a avaliação de alunos com deficiência de maneira
dissociada das concepções que temos acerca de aprendizagem,
do papel da escola na formação integral dos alunos e das
funções da avaliação como instrumento que permite o
replanejamento das atividades do professor, não leva a nenhum
resultado útil.
Nessa linha de raciocínio, para que o processo de avaliação do
resultado escolar dos alunos seja realmente útil e inclusivo, é
imprescindível a criação de uma nova cultura sobre
aprendizagem e avaliação, uma cultura que elimine:
- o vínculo a um resultado previamente determinado pelo
professor;
- o estabelecimento de parâmetros com os quais as respostas
dos alunos são sempre comparadas entre si, como
se o ato de aprender não fosse individual;
- o caráter de controle, adaptação e seleção que a avaliação
desempenha em qualquer nível;
- a lógica de exclusão, que se baseia na homogeneidade
inexistente;
- a eleição de um determinado ritmo como ideal para a
construção da aprendizagem de todos os alunos.
Numa escola onde a avaliação ainda se define pela presença
das características acima certamente não haverá lugar para a
aceitação da diversidade como inerente ao ser humano e da
aprendizagem como processo individual de construção do
conhecimento. Numa educação que parte do falso pressuposto
da homogeneidade não há espaço para o reconhecimento dos
saberes dos alunos, que muitas vezes não se enquadram na
lógica de classificação das respostas previamente definidas
como certas ou erradas.
O que estamos querendo dizer é que todas as questões
referentes à avaliação dizem respeito à avaliação de qualquer
aluno e não apenas das pessoas com deficiências. A única
diferença que há entre as pessoas ditas normais e as pessoas
com deficiências está nos recursos de acessibilidade que
devem ser colocados à disposição dos alunos com deficiências
para que possam aprender e expressar adequadamente suas
aprendizagens. Por recursos de acessibilidade podemos
entender desde as atividades com letra ampliada, digitalizadas
em Braille, os interpretes, até uma grande gama de recursos da
tecnologia assistiva hoje já disponíveis, enfim, tudo aquilo que é
necessário para suprir necessidades impostas pelas deficiências,
sejam elas auditivas, visuais, físicas ou mentais.
Neste contexto, a avaliação escolar de alunos deficientes ou
não, deve ser verdadeiramente inclusiva e ter a finalidade de
verificar continuamente os conhecimentos que cada aluno
possui, no seu tempo, por seus caminhos, com seus recursos e
que leva em conta uma ferramenta muito pouco explorada que
é a co-aprendizagem.
Nessa mudança de perspectiva, o primeiro passo talvez seja o
de nos convencermos de que a avaliação usada apenas para
medir o resultado .da aprendizagem e não como parte de um
compromisso com o desenvolvimento de uma prática
pedagógica comprometida com a inclusão,e com o respeito às
diferenças é de muito pouca utilidade, tanto para os alunos com
deficiências quanto para os alunos em geral. .
De qualquer modo, a avaliação como processo que contribui
para investigação constante da prática pedagógica do professor
que deve ser sempre modificada e aperfeiçoada a partir dos
resultados obtidos, não é tarefa simples de ser conseguida.
Entender a verdadeira finalidade da avaliação escolar só será
possível quando tivermos professores dispostos a aceitar novos
desafios, capazes de identificar nos erros pistas que os
instiguem a repensar seu planejamento e as atividades
desenvolvidas em sala de aula e que considerem seus alunos
como parceiros, principalmente aqueles que não se deixam
encaixar no modelo de escola que reduz o conhecimento à
capacidade de identificar respostas previamente definidas como
certas ou erradas.
Segundo a professora Maria Teresa Mantoan, a educação
inclusiva preconiza um ensino em que aprender não é um ato
linear, continuo, mas fruto de uma rede de relações que vai
sendo tecida pelos aprendizes, em ambientes escolares que não
discriminam, que não rotulam e que oferecem chances de
sucesso para todos, dentro dos interesses, habilidades e
possibilidades de cada um. Por isso, quando apenas avaliamos o
produto e desconsideramos o processo vivido pelos alunos para
chegar ao resultado final realizamos um corte totalmente
artificial no processo de aprendizagem.
Pensando assim temos que fazer uma opção pelo que queremos
avaliar: produção ou reprodução. Quando avaliamos reprodução,
com muita freqüência, utilizamos provas que geralmente
medem respostas memorizadas e comportamentos
automatizados. Ao contrario, quando optamos por avaliar aquilo
que o aluno é capaz de produzir, a observação, a atenção às
repostas que o aluno dá às atividades que estão sendo
trabalhadas, a analise das tarefas que ele é capaz de realizar
fazem parte das alternativas pedagógicas utilizadas para avaliar.
Vários instrumentos podem ser utilizados, com sucesso, para
avaliar os alunos, permitindo um acompanhamento do seu
percurso escolar e a evolução de suas competências e de seus
conhecimentos. Um dos recursos que poderá auxiliar o professor
a organizar a produção dos seus alunos e por isso avaliar com
eficiência é utilizar um portfólio.
A utilização do portfólio permite conhecer a produção individual
do alunos e analisar a eficiência das práticas pedagógicas do
professor. A partir da observação sistemática e diária daquilo
que os alunos são capazes de produzir, os professores passam a
fazer descobertas a respeito daquilo que os motiva a
aprenderem, como aprendem e como podem ser efetivamente
avaliados.
No caso do alunos com deficiências, os portfólios podem
facilitar a tomada de decisão sobre quais os recursos de
acessibilidade que deverão ser oferecidos e qual o grau de
sucesso que está sendo obtido com o seu uso. Eles permitem
que tomemos conhecimento não só das dificuldades, mas
também das habilidades dos alunos, para que, através dos
recursos necessários, estas habilidades sejam ampliadas.
Permitem, também, que os professores das classes comuns
possam contar com o auxílio do professor do atendimento
educacional especializado, no caso dos alunos que freqüentam
esta modalidade, no esclarecimento de dúvidas que possam
surgir a respeito da produção dos alunos.
Quando utilizamos adequadamente o portfólio no processo de
avaliação podemos:
- melhorar a dinâmica da sala de aula consultando o portfólio
dos alunos para elaborar as atividades:
- evitar testes padronizados;
- envolver a família no processo de avaliação;
- não utilizar a avaliação como um instrumento de
classificação;
- incorporar o sentido ético e inclusivo na avaliação;
- possibilitar que o erro possa ser visto como um processo de
construção de conhecimentos que dá pistas sobre o modo
cada aluno está organizando o seu pensamento;
Esta maneira de avaliar permite que o professor acompanhe o
processo de aprendizagem de seus alunos e descubra que cada
aluno tem o seu método próprio de construir conhecimentos, o
que torna absurdo um método de ensinar único e uma prova
como recurso para avaliar como se houvesse homogeneidade de
aprendizagem.
Nessa perspectiva, entendemos que é possível avaliar, de forma
adequada e útil, alunos com deficiências. Mas, se analisarmos
com atenção, tudo o que o que se diz da avaliação do aluno com
deficiência, na verdade serve para avaliar qualquer aluno,
porque a principal exigência da inclusão escolar é que a escola
seja de qualidade – para todos! E uma escola de qualidade é
aquela que sabe tirar partido das diferenças oportunizando aos
alunos a convivência com seus pares, o exemplo dos professores
que se traduz na qualidade do seu trabalho em sala de aula e no
clima de acolhimento vivenciado por toda a comunidade escolar
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